O mundo está se recuperando da pandemia de Covid-19, que começou no final de 2019, na China, e rapidamente se espalhou pelo mundo. Apesar de estar ocorrendo uma nova onda da doença, a vacinação já avançou suficiente para dar uma segurança para a população.
Entretanto, recentemente, um novo surto virótico está se espalhando pelos países causando o que é conhecido como a varíola do macaco. Porém, apesar de parecer novidade para algumas pessoas, essa doença é causada por um vírus já conhecido. Ele é da mesma família do vírus causador da varíola humana, do vírus causador da varíola bovina e do vírus da vacina.
Para saber mais sobre esse vírus e sobre a varíola do macaco, continue lendo esse artigo.
Relacionado: Ácido hialurônico: entenda tudo sobre ele
O que é a varíola do macaco
A varíola do macaco foi descoberta em 1958, quando os mesmos sintomas da varíola humana se manifestaram em um grupo de macacos. A detecção de infecção em seres humanos pelo vírus que causa a varíola dos macacos ocorreu em 1970. O vírus causador da varíola do macaco é do mesmo gênero que o vírus causador da varíola humana. Dessa forma, a proximidade evolutiva justifica o motivo do vírus de uma espécie infectar outra.
Desde sua descoberta, existiram surtos da varíola do macaco. Todavia, todos permaneceram localizados na região de origem, que são países na África Ocidental e Central. Inclusive, a varíola do macaco se tornou endêmica em alguns desses países, como o Congo.
Os casos em humanos eram raros, visto que existia vacinação contra a varíola humana, que, também, era eficaz contra a varíola do macaco. Entretanto, a vacinação contra varíola humana acabou quando a doença foi considerada erradicada no mundo, na década de 80. Atualmente, só existe o vírus da varíola humana em dois laboratórios de alto nível de biossegurança. Um é localizado nos EUA e o outro na Rússia. Dessa forma, não havia mais motivos para vacinar a população.
Relacionado: Conceito de saúde: saiba tudo sobre o assunto
Porém, a não vacinação causou o aumento dos casos de varíola do macaco no continente africano, sendo que essa doença levou ao óbito algumas pessoas desse continente. Todavia, as principais vítimas foram as que possuíam algum fator de risco, como HIV ou desnutrição.
Mas, outros países fora do continente africano, também, já enfrentaram casos dessa doença, como é o caso dos EUA e da Inglaterra. Entretanto, eram casos esporádicos e sem letalidade. As melhores condições de vida juntamente com melhores assistências em relação à saúde podem ser o motivo que, até agora, não foram registradas mortes fora do continente africano.
Também, é importante ressaltar que, mesmo causando mortes no continente africano, a varíola do macaco não é tão perigosa quanto a varíola humana. Essa última possuía uma taxa de letalidade altíssima, chegando a 30%, enquanto a varíola do macaco chega no máximo a 6%.
Relacionado: Determinantes sociais da saúde
A forma de transmissão e os sintomas da varíola do macaco:
A transmissão da varíola do macaco parece muito com a da varíola humana. Ambas são transmitidas de pessoa para pessoa. Ter contato com lesões de pacientes doentes ou com superfícies contaminadas (toalhas, panos, lençóis) são a principal forma de contaminação das duas varíolas.
Além disso, as gotículas eliminadas no espirro ou na tosse, assim como outros fluidos corporais, são capazes de transmitir a doença. Entretanto, é preciso ressaltar que, mesmo sendo transmitidas por gotículas, a chance desse vírus se espalhar pelo ar em ambientes fechados é baixa. Dessa forma, a varíola dos macacos não se espalhará como a Covid-19.
Uma diferença na transmissão entre a varíola humana e a varíola do macaco é que essa última pode passar de animais para humanos. Já a varíola humana possui como único reservatório o próprio ser humano.
A varíola do macaco pode ser transmitida de macacos e roedores para os seres humanos da mesma forma que de um humano para outro. Ou seja, por meio de contato com lesões, secreções e com superfícies contaminados. Todavia, o ser humano ainda pode ser contaminado por meio de arranhões, mordidas ou consumindo a carne desses animais contaminados.
Em relação aos sintomas, as duas varíolas apresentam sintomas semelhantes. Eles incluem: febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, arrepios e exaustão. Existe ainda o surgimento de erupções cutâneas que são dolorosas e purulentas, sendo essas características das varíolas.
Porém, a varíola do macaco apresenta os sintomas em escala mais branda, quando comparada com a humana. Além disso, de acordo com o CDC, a varíola do macaco também causa inchaço nos linfonodos, sendo esse um sintoma exclusivo dessa varíola.
É importante frisar que, mesmo com sintomas leves, a pessoa ainda está transmitindo o vírus.
Relacionado: O que faz o agente comunitário de saúde
Prevenção e vacinação contra a varíola do macaco
No momento que os casos ainda estão isolados, a prevenção e mais recomendada que a vacinação. O uso de mascaras para proteger contra Covid-19 serão úteis para prevenir a transmissão por gotículas, assim como manter uma higiene adequada das mãos e evitar contato com animais e pessoas suspeitos de estarem contaminados.
Entretanto, somente essas medidas não bastam, é essencial que os casos suspeitos sejam localizados e rastreados pelas agências de saúde pública para evitar uma disseminação maior da doença.
Alguns países da Europa, como a Alemanha, e a própria União Europeia, anunciaram que pretendem começar a vacinação de suas populações. Inicialmente restrita aos grupos de risco, como crianças e idosos. Porém, a OMS já declarou que não há tal necessidade e que a vacina está sendo usada off label, ou seja, para uma doença que ela não foi efetivamente testada.
Todavia, a OMS também reconheceu que o aumento do número de casos ocorrendo rapidamente e em países não endêmicos é uma situação anormal. Assim, a OMS convocou uma reunião, que ainda será realizada, para determinar se esse vírus é uma emergência e, possivelmente, alinhar as medidas a serem tomadas daqui em diante.
O ideal é se manter atento a qualquer sintoma, continuar usando máscaras, higienizar sempre as mãos e, ao surgimento de qualquer sintoma, procurar auxílio médico. Especialmente, se alguém, com quem você teve contato recente, foi diagnosticado com a varíola do macaco.
Relacionado: Ultima prorrogação do Auxilio Emergencial o transforma em Auxílio Brasil