A profissão de Agente Comunitário de Saúde (ACS) surgiu, praticamente, junto com a criação do SUS, no início da década de 90. A sua intenção era melhorar as condições de saúde das comunidades e criar essa profissão foi a alternativa encontrada. Por isso, esses agentes fazem parte das equipes multidisciplinares do SUS, que possuem como objetivo a integralização da saúde. Saiba mais sobre essa profissão, no artigo abaixo.
O que é um Agente Comunitário de Saúde
Os ACS são o elo entre o serviço de atenção básica e a comunidade. Os principais objetivos dos ACS são a promoção da saúde e a prevenção de doenças dentro da sua região municipal. Esses objetivos são alcançados tanto por meio da realização de atividades educativas coletivas, quanto por meio das visitas em domicílio.
O que um Agente Comunitário de Saúde faz
O foco principal de um Agente Comunitário de Saúde são as visitas domiciliares. Nessa atividade, os agentes conseguem acompanhar a evolução de um agravo ou conseguem evitá-lo.
Ou seja, eles trabalham também através da prevenção. É neste momento que se percebe qual intervenção será mais eficaz para uma determinada família, de acordo com suas necessidades.
Além disso, o trabalho dos ACS permite criar dados epidemiológicos e mapear quem pertence a uma determinada comunidade. Isso é extremamente útil para que o governo consiga elaborar e implementar estratégias de saúde que irão funcionar melhor e beneficiar uma região específica.
O que dificulta o trabalho dos ACS?
Entretanto, existem muitos obstáculos para a realização de um trabalho bem feito pelo Agentes Comunitários de Saúde. Os profissionais encontram dificuldades para realização de visitas domiciliares. Isso porque, muitas vezes, não há ninguém em casa ou a pessoa que está se recusa a atender os agentes. Às vezes, o agente é até recebido, mas suas orientações não são levadas em consideração.
Porém, não é só a comunidade que dificulta o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde. A falta de organização da Unidade Básica de Saúde (UBS) e a falta de condições apropriadas para realizar as tarefas, também são empecilhos.
Isso porque a UBS não programa adequadamente as visitas a serem realizadas. Eles colocam, por exemplo duas casas distantes no mesmo dia. Isso impossibilita que algumas visitas sejam concluídas.
Ou seja, há atrasos nas visitas e não é possível o acompanhamento ser feito como devia. Além disso, a falta de material para fazer a ficha das pessoas e o treinamento superficial também são fatores que prejudicam a função dos Agentes Comunitários de Saúde.
A falta de treinamento, inclusive, afeta o aconselhamento que os Agentes Comunitários de Saúde fornecem para as famílias. Isso acontece porque elas não conseguem confiar neles, que também não passam informações de qualidade, porque não recebem.
E isso é ruim, não só para a comunidade, como, também, para o governo, porque tem que arcar com prejuízos desnecessários e para os quais existe prevenção.
A importância dos ACS para a sociedade
Todavia, mesmo com esses percalços, essa profissão é de extrema importância para todos. Isso porque ela foi e ainda é fundamental na diminuição da mortalidade infantil. Assim como no acompanhamento de grávidas, diminuindo o risco para as gestantes e para os bebês. E também no acompanhamento dos demais grupos de risco, como idosos.
Dessa forma, quem segue essa carreira está contribuindo para que a saúde pública, especialmente no nível da atenção primária, melhore de forma significativa.
Entretanto, o impacto não é visto só no nível da atenção primária. Esse primeiro nível sendo otimizado, todos os outros níveis são ajudados. Além disso, a prevenção e a promoção da saúde ainda são o caminho ideal para impedir que as pessoas precisem usar os demais serviços de saúde.
Afinal, impedir que uma doença evolua ou mesmo que ela aconteça, faz com que a pessoa não precise de um atendimento especializado ou hospitalar. Ou seja, é bom para as pessoas e também para os gastos públicos.
Desse modo, quanto mais pessoas interessadas e comprometidas com essa profissão, maior será o ganho para toda a população.
Como se tornar um Agente Comunitário de Saúde
Para se tornar um Agente Comunitário de Saúde é preciso realizar um concurso público. Entretanto, somente passar no concurso não é o suficiente. O candidato ao cargo de Agente Comunitário de Saúde precisa ainda possuir ensino médio completo e residir na mesma área que irá atuar.
Porém, o candidato poderá se mudar para outra região depois da data de publicação do edital de contratação, sem prejuízo no concurso.
Essa exigência ocorre, porque o cargo de Agente Comunitário de Saúde foi pensado para ter um vínculo maior com a comunidade. E isso facilita o diálogo entre as Unidades Básicas de Saúde e a população.
Isso porque as pessoas tendem a confiar mais em alguém que pertence ao mesmo local que elas, tornando as visitas domiciliares mais tranquilas. Além disso, a população também é beneficiada, pois o Agente Comunitário de Saúde pode intervir em nome da comunidade e conseguir implementar alguma demanda que a população tenha, em relação à saúde.
Apesar de ser exigido somente o ensino médio completo, um Agente Comunitário de Saúde podem possuir outros cursos técnicos que ampliam suas atribuições. Por exemplo, com um curso técnico em enfermagem, o agente pode aferir pressão e temperatura e medir a glicemia. Todavia, isso só deve ser feito em casos excepcionais e somente se o profissional possuir os equipamentos adequados para tal.
A profissão de Agente Comunitário de Saúde é regida pela Lei nº 13.595/2018, que discorre sobre as atribuições, jornada de trabalho, formação profissional, entre outros. Ela pode ser consultada para maiores referências em relação a esta profissão.
Para seguir essa profissão, é preciso gostar de trabalhar com públicos diversos e, mais importante, gostar de ajudar as pessoas e querer melhorar a qualidade de vida delas.
Por fim, a conclusão a que se chega é que os agentes comunitários de saúde têm um importante papel na sociedade. São eles que olham de perto pela população e buscam atender às suas necessidades de saúde.
Através deles é que é possível as pessoas se atentarem à sua saúde, tirarem dúvidas e procurarem meios de se cuidarem pelo SUS, o que normalmente, não saberiam fazer.